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Estive na pré estreia de “O Homem Mais Inteligente da História” no dia 2 de setembro de 2021, em São Paulo, no teatro Bradesco.
Me interessei pelo tema por conhecer o autor renomado Augusto Cury, e por já ter ouvido falar no romance consagrado sócio-emocional “O Homem Mais Inteligente da História”, considerado pelo autor uma obra vital de sua carreira. E também por conhecer alguns trabalhos incríveis da diretora Cristiane Natale.
A obra conta a trajetória do cientista Marco Polo que vai a Jerusalém participar de uma reunião da ONU, ele é desafiado a estudar a mente do homem mais famoso da história, Jesus. Marco Polo em suas indagações sobre a inteligência emocional, a fé, e Jesus, é questionado, colocado a prova, e mesmo se negando cruza a trajetória do conhecimento racional, e é fisgado pelos mistérios de Deus e suas belezas.
A obra retrata temas sensíveis como a depressão, a violência contra a mulher, o amor e a solidariedade. Nesta viagem existe a quebra do tempo e espaço, somos convidados a vivenciar cenas dos dias atuais, com a reunião de homens importantes da ONU e cenas intrínsecas de Jesus com Maria, e alguns apóstolos, o que acho incrível e traz dinamismo a obra. No espetáculo existe um momento muito sublime, quando Maria entra em cena cantado, foi lindo. Aliás ver se materializar cenas bíblicas, conhecidas por todos nós, foi impactante e acolhedor, em especial as cenas de Jesus e Maria interpretados por Marcelo Gomes, e Priscila Dieminger, e as cenas em que podemos ver a trajetória de Lucas, interpretado por Ivan Parente com atuação e trabalho vocal fantástico.
Partindo desse pressuposto, a peça segue com diálogos interessantes, rápidos, e fluidos, que se mantem na atuação dos atores de forma natural, simples, reflexiva e emocionante. Vale fazer um parêntese ao trabalho dos atores: Gil Hernandez, Bianca Rinaldi, Ivan Parente, Marcelo GomeS, Murilo Inforsato e Priscila Dieminger – foram capazes de desenvolver a trama com atuações brilhantes. Eu com atriz pude ver o entrosamento dos atores em cena, a segurança com o texto, e a entrega emocional de cada um deles. O reflexo disto é um espetáculo atrativo, onde é possível compartilhar cada momento como se fizéssemos parte da história, ou como se estivéssemos espiando por uma janela um acontecimento real.
O espetáculo faz com que nos sintamos próximos de nós mesmos e de Jesus. O que estamos precisando muito nesse momento. Confesso que não havia lido o best-seller, com isso, cada diálogo apresentado me provocara reflexões pessoais e também sobre a minha fé. Acredito que é aí que a magia do teatro acontece, quando a obra é capaz de falar com a gente, além da contemplação do que está sendo visto. Fiquei reflexiva por dias e escrevendo este texto, percebo que ainda estou contagiada pelo que vi.
Além disso, sinto orgulho, e esperança de saber que o teatro está voltando, e que existem pessoas corajosas que querem manter esta arte tão importante, viva. Com temas tão primários e necessários para todos nós humanos, que vivemos em uma sociedade conflitante e cheia de paradigmas. Para mim a mensagem crucial que levo do espetáculo é – não devemos nos distanciar do amor de Deus, nem ignorar a presença de Jesus na terra. A história prova, só o amor importa.
Com isso, digo que a peça é uma obra prima que merece ser vista! Tanto para as pessoas que já conhecem o livro, quanto para quem tem o primeiro contato com a história. Ao final de aplausos calorosos, este foi um comentário presente na plateia “Agora quero ler o livro”. Não é atoa.
Sobre a autora: Ellen Bueno, atriz, produtora cultural e empreendedora digital. Com 10 anos de carreira. Graduada em Artes Cênicas, especializada em atuação para cinema, televisão, e produções cinematográfica. Protagonista do filme “Jadzia” onde divide o protagonismo com a ilustra Laura Cardoso, projeto que circula por festivais mundiais e já acumula mais de 29 prêmios.
Siga Ellen Bueno no Instagram: @Ellen Bueno