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Um dos principais eventos de artes cênicas do País acontece até dia 10 de março
A 9ª edição da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta mais uma vez uma programação recheada de grandes montagens nacionais e internacionais, além de oficinas, debates e conversas.
Nesta edição, a MITsp privilegia artistas, grupos e pesquisadores/as da África, Ásia, Oriente Médio e América Latina. O evento teve início no dia 1º de março e acontece até o próximo domingo (10/3) em diversos espaços culturais da cidade.
“A Mostra sempre contou com artistas desses locais, que trazem novas teatralidades e formas de imaginar a cena, como o uso da música e a representação de rituais no palco. Porém, em 2024, quisemos expandir tais presenças. Neste sentido, a curadoria intensificou a perspectiva decolonial já presente nas edições anteriores”, afirma Antonio Araujo, diretor artístico da Mostra.
Entre os destaques, está Profético (nós já nascemos), de Nadia Beugré, artista da Costa do Marfim, na África, que fala sobre relações dos corpos negros, da transsexualidade e o preconceito em diferentes formas em um tom ácido e alegre.
Outro espetáculo que vale a pena assistir é o solo O Circo Preto da República Bantu, do artista sul-africano Albert Ibokwe Khoza, que aborda o racismo e a violência contra os corpos negros ao contar a história dos zoológicos humanos, que ocorreram na Europa entre 1870 e 1960.
A Mostra também traz estreias nacionais de artistas importantes, como o novo trabalho do grupo Ultralíricos, Agora tudo era tão velho – Fantasmagoria IV, com direção de Felipe Hirsch. Criado a partir de um excerto da peça FIM, a peça aborda o labor teatral que atravessa o tempo e resiste às pestes e às guerras. A peça também marca o fim da companhia, fundada há 11 anos.
Desde a criação da MITbr – Plataforma Brasil, em 2018, os diretores Antonio Araujo e Guilherme Marques sempre tiveram a iniciativa de internacionalizar as artes cênicas brasileiras através de ações pedagógicas e reflexivas, como um workshop de capacitação e produção com artistas e produtores locais, para garantir uma estrutura capaz de levar adiante os artistas brasileiros.
“Desde o princípio, sabíamos que apenas produzir um showcase com artistas brasileiros não seria o suficiente para manter a circulação. O mercado internacional é muito bem estruturado e demanda do profissional, para além de ter um bom trabalho a oferecer, um domínio das formas de negociação e interlocução para que os trabalhos certos possam chegar aos programadores certos”, afirma Guilherme Marques.
Confira a programação completa em https://mitsp.org
