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O ator e diretor Patrick Menegazzo é gaúcho de Erechim e mora em São Paulo desde 2017. Em sua trajetória de doze anos o ator e diretor já possui mais de uma dezena de cursos na área de teatro, cinema e televisão. Boa parte deles realizados em Porto Alegre, na CAL (Rio de Janeiro), e Ap 43 (São Paulo).
Entre seus trabalhos como ator, destaque para:
Série Hard – HBO (2020)
Tele Sena (2020)
Comercial Mercedes – Benz Caminhões (2019)
Comercial Cerveja Schin (2018)
A Velha e o Diabo – Teatro
Se Piorar Estraga – Teatro
Te Deita no Divã – Teatro
Além disso, dirigiu e escreveu as peças: “Te Deita no Divã” (2012); “Detetive Becker em Conflito” (2013); “Se Piorar Estraga” (2015); A Velha e o Diabo (2019).
Também escreveu e dirigiu o curta-metragem “Só Você Sabe” (2018).
Patrick Menegazzo iniciou o processo de montagem do monólogo “A Aposta” no ano de 2011, em Erechim, RS, e levou 9 meses de ensaio e investigação cênica até a estreia, em 2012. Ele levantou o conto a partir de seu repertório de ator de teatro físico. Sendo o ator basicamente um autodidata – embora tenha feito algumas oficinas relevantes – levantou as cenas conforme foi sentindo o texto, interpretando as personagens, e descobrindo que espaço cênico elas deveriam ocupar, resultando, por fim, na montagem final. Ou seja, um trabalho de dentro da cena para fora.
O objetivo não era seguir uma cartilha de como se monta um Tchekhov, mas sim resultar em um trabalho de interpretação crível, cuja a verdade das personagens e da história deviam aparecer a partir dos recursos técnicos de interpretação que o ator dispunha. Na época, com apenas três anos de experiência, o artista ousou montar o espetáculo.
A forma da narrativa, o suspense conquistado com time e momentos de absoluto silêncio, além da entrega que algumas passagens sugerem, foram dando forma ao espetáculo, cujo o foco é a atuação.
Para tanto, o cenário se resume a uma mesa, e os quatro personagens da peça são interpretados sem troca de roupa ou maquiagem, mesmo quando dois deles, o banqueiro e o jurista, surgem em épocas diferentes de suas vidas.
Eunoteatro – Patrick, você se considera um autodidata, como foi o seu processo de preparação para “A Aposta”?
Patrick Menegazzo – Foi um processo determinado pela força de vontade e pelo o amor ao ofício. Eu estava no começo da minha carreira, com apenas 3 anos de teatro. Eu nunca havia feito um monólogo, e quem dera um clássico. Isso me trouxe muitas dúvidas e receios. Não sabia por onde começar. Decorei o texto e depois de uns meses fui pro Rio de Janeiro fazer um workshop com o ator Júlio Adrião, na CAL. Não foi intencional, mas por acaso entendi que o processo dele me ajudaria a encontrar um caminho para a montagem da A Aposta. Eu já identificava em mim, embora iniciante, ferramentas para interpretar o texto, mas não sabia como transformá-lo em monólogo. O wokshop me deu isso. Quanto a direção, a única opção era me auto dirigir, uma vez que, em minha cidade natal, Erechim, não havia muitas pessoas envolvidas com teatro.
Eunoteatro – Você já tinha alguma intimidade com os contos de Anton Tchekhov?
Patrick Menegazzo – Nenhuma. No decorrer dos meses de montagem, foram 9, passei a ler dezenas de contos e peças.
Eunoteatro – Você acha, que assim como na peça, dependendo das circunstâncias, nossas convicções e valores podem ser extintos ou modificados?
Patrick Menegazzo – Creio que sim. Os personagens centrais da peça, tanto o banqueiro quanto o jurista, têm seus valores impactados e modificados pela perda, pelo sofrimento, que costumam ser gatilhos de mudanças e epifanias. Ao longo de nossas vidas, mudamos de opiniões, convicções, gostos, amores, casas, porque passamos a ser mais generosos, menos convictos, ou porque pagamos um preço muito alto por certas escolhas. Até esse verão eu tinha certeza de que era essa a minha estação do ano preferida, mas com o calor que tem feito, já estou inclinado a mudar de ideia! (risos).
Eunoteatro – Em que você se baseou para definir a trilha sonora do espetáculo?
Eu parti do pressuposto que a narrativa da história acontece apenas alguns anos após os fatos terem acontecido, no caso entre 1870 e 1885. Nesse sentido optei por uma trilha que combinasse com a época e clima da peça.
Patrick Menegazzo – Fiz uma longa pesquisa de músicas clássicas. Depois de uma seletiva, fui testando nos ensaios se elas ficavam de acordo com o time do espetáculo e introspecção que eu queria passar. A narrativa é lenta, propositalmente, e em vários pontos a trilha corrobora e potencializa a atmosfera de tensão. Eu escolhi e editei toda a trilha.
Eunoteatro – Pretende voltar com essa montagem para o “teatro físico” quando for possível novamente?
Patrick Menegazzo – Sim. Não vejo a hora!
Siga Patrick Menegazzo no Instagram @patrickmenegazzook
Sinopse – A Aposta
Apoiado em uma história emotiva e de natureza louvável, este conto adaptado em monólogo teatral, do renomado autor russo Anton Tchekhov (1860-1904), apresenta o desenrolar e as consequências de uma aposta entre um poderoso banqueiro e um jovem jurista. Em jogo estão uma pequena fortuna do primeiro e a liberdade do segundo. Contudo, “A Aposta” vai além de uma narrativa sobre ganhar e perder. Nesse caso, o “ser e ter” são colocados em discussão. E assim como outros textos do autor, trata-se de um olhar sobre o comportamento humano.
Assista a Peça
Ficha Técnica
Texto: Anton Tchekhov
Direção: Patrick Menegazzo
Atuação: Patrick Menegazzo
Músicas: O Verão (Antonio Vivaldi); Nocturne Op. 9 No. 2 in E flat Major (Frédéric Chopin); “Air” Orchestral Suite No. 3 in D Major, BWV 1068 (Johann Sebastian Bach); Canon in D Major (Johann Pachelbel)
Figurino e Adereços: Jandira Schelski e Patrick Menegazzo
Cenografia: Patrick Menegazzo
Criação de Luz: Claudio Casagrande Filho e Patrick Menegazzo
Criação de Som: Patrick Menegazzo
Design Gráfico: In Heaven Comunicação
Produção: Patrick Menegazzo
Filmagens: Márcio de Sá
Duração: 60 min.
Classificação: 10 anos.