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Assistir Fernanda Montenegro nos palcos é para poucos. A atriz, considerada uma das maiores do País e mais antiga em atividade, continua a emocionar plateias de todas as idades.
Fernanda, que está prestes a completar 95 anos, mergulha mais uma vez nos textos de Simone de Beauvoir, um ícone feminista nos anos de 1930 que vivia e chocava a sociedade da época com a sua coragem de ser livre. Ela já havia interpretado a filósofa, há 15 anos, no espetáculo “Viver sem Tempos Mortos”, que fez uma grande temporada pelo País, sendo inclusive encenada em CEUs (Centros Educacionais Unificados) em São Paulo.
A leitura de “Cerimônia de Adeus”, de 1981, em cartaz no Sesc 14 Bis, é um resumo de diversos períodos da vida da filósofa. Em seus relatos, Simone fala sobre suas experiências sexuais (que chocaram a sociedade e tiveram consequências) e seus relacionamentos com diversos intelectuais da época, com destaque para o filósofo Jean-Paul Sartre, conhecido como o representante do existencialismo, o grande amor da sua vida.
Apesar da simplicidade do cenário (uma mesa e cadeira com uma pequena iluminação) há uma potência e vigor no texto lido por Fernanda que deixa todos atônitos e emocionados.
Ouvir Fernanda ler textos de Simone é necessário em uma sociedade que ainda mantém diversas características daquela sociedade, como o machismo e a misoginia. Elas são exemplos de mulheres fortes e resistentes que ensinam que a luta nunca deve terminar e que é necessário enfrentar os desafios que lhe são impostos.